1. Monossacarídeos e dissacarídeos
Quimicamente, os açúcares dividem-se em monossacarídeos (unidades simples) e dissacarídeos (junção de duas unidades). No organismo, acabam convertidos em glicose para energia, mas o contexto (porção, fibra, proteína/gordura e atividade física) modula o impacto metabólico.
- Monossacarídeos: glicose, frutose, galactose.
- Dissacarídeos: sacarose (glicose+frutose), lactose (glicose+galactose), maltose (glicose+glicose).
2. Tipos comuns de açúcar (fontes e notas úteis)
| Tipo | Onde ocorre | Notas |
|---|---|---|
| Glicose | Frutas, mel; xarope de glicose/dextrose | Absorção rápida; referência do índice glicémico (IG). |
| Frutose | Frutas, mel | Metabolizada sobretudo no fígado; excesso (sobretudo por bebidas açucaradas) pode ser problemático. |
| Sacarose | Açúcar de mesa (cana/beterraba) | Glicose + frutose; muito usada na indústria. |
| Lactose | Leite e derivados | Requer lactase; intolerância é frequente em adultos. |
| Maltose | Cereais germinados/fermentados | Aparece em produtos de malte; menos doce que a sacarose. |
3. Açúcares naturais vs. adicionados
Naturais: presentes intrinsecamente em alimentos integrais (fruta, leite); vêm com água, fibra e micronutrientes.
Adicionados: incorporados no fabrico/culinária (açúcar, xaropes, mel em bolos, etc.). O consumo frequente em grandes quantidades associa-se a piores desfechos cardiometabólicos e cáries.
Rótulos – sinónimos comuns: dextrose, xarope de glicose/frutose, maltodextrina, açúcar invertido, melaço, “sumo de cana evaporado”, concentrado de sumo de fruta.
4. Índice glicémico (IG) e carga glicémica (CG)
O IG indica a velocidade de subida da glicose no sangue; a CG incorpora também a porção. O impacto real depende do tamanho da porção e do que acompanha a refeição.
- Preferir fruta inteira (tem fibra) em vez de sumos.
- Combinar doce com iogurte natural ou frutos gordos pode atenuar picos glicémicos.
5. Quantidades e prática diária
- Limitar açúcares adicionados no quotidiano (refrigerantes, sobremesas frequentes, snacks açucarados).
- Focar na qualidade global da dieta: mais alimentos minimamente processados, boa ingestão de proteína, vegetais e fruta inteira.
6. Efeitos do consumo excessivo
- Aumento da ingestão calórica total e ganho de peso.
- Maior risco de resistência à insulina e desregulação glicémica.
- Cáries (especialmente com bebidas açucaradas consumidas ao longo do dia).
- Oscilações de energia e cravings por doces associados a picos/quebras glicémicas.
7. Estratégias para reduzir açúcares adicionados
- Trocar refrigerantes por água, água com gás e limão, ou infusões.
- Diminuir açúcar do café/chá progressivamente.
- Preferir iogurtes naturais e adoçar com fruta.
- Ler rótulos e identificar sinónimos de açúcar.
- Cozinhar sobremesas caseiras com menos açúcar e porções menores.
8. Alternativas e adoçantes: prós e contras
- Mel, açúcar de coco, xarope de ácer/tâmaras: continuam a ser açúcares; usar com moderação.
- Stevia: sem calorias; pode ter sabor residual.
- Eritritol/Xilitol: baixo impacto glicémico; excesso pode causar desconforto GI. (Xilitol é tóxico para cães.)
Este conteúdo é educativo e não substitui avaliação médica. Para orientação personalizada, consulte um nutricionista ou médico.